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domingo, 2 de maio de 2021

Grandes Atuações: Henri Toivonen & Sergio Cresto, Rally de Montecarlo 1986

Henri Toivonen e Sergio Cresto durante o Rally de Monte Carlo
(Foto: Motorsport Images)

Existe uma unanimidade entre os fãs de automobilismo que a década de 1980 foi uma das mais espetaculares para o esporte. Com o uso dos motores turbo pelas categorias de ponta, criou-se uma áurea de superpotência e desafio que perdura até os dias de hoje onde o piloto precisava de algo a mais para domesticar os carros de corrida daquele tempo, onde a variação de potência imposta por aquelas máquinas podiam chegar e até mesmo ultrapassar os 1000cv – indo até os estratosféricos 1500cv de potência usada em qualificações, especialmente na Fórmula-1. Foi uma época dourada onde a busca pela potência significava um ganho importante frente os rivais, ao mesmo tempo em que o estudo em túneis de vento aumentava consideravelmente e os carros passariam a ser esculpidos cada vez mais em busca da melhor força descendente. Aqueles anos 1980 foram o último elo com o automobilismo puro em sua concepção, onde o público lotava os autódromos e/ou invadiam as pistas para ver de perto os pilotos desafiarem a gravidade e a física em busca de seu melhor em carros que pareciam bestas enjauladas, tamanha potência que eram empregadas ali. Essa competição heroica agora começava a dar lugar a um automobilismo que entrava numa era de eletrônicas e supercomputadores, que ajudariam ainda mais os engenheiros e pilotos a chegarem próximos da perfeição, mas que tiraria o encanto da boa e velha corrida de carros. Bom, isso é uma discussão para uma outra oportunidade.

Sobre as categorias, o WRC foi uma destas que mais se destacaram naquela década. Talvez a que mais tenha se destacado, para ser mais direto. A adoção do regulamento do Grupo B em 1982 foi a porta de entrada para um dos períodos mais espetaculares de uma das disciplinas mais completas do esporte a motor no mundo. A generosidade deste regulamento, onde o desenvolvimento, introdução de novas tecnologias e potência eram praticamente ilimitadas, dava as fabricantes um horizonte a ser explorado de forma inesgotável – o público também fazia parte do show numa irresponsabilidade tresloucada em busca da melhor imagem, que às vezes custava muito caro. Nesta toada em busca do melhor, a competição foi premiada com carros que se tornaram referências quando se fala no nome do Grupo B: Audi Sport Quattro  S1, Lancia 037 e Delta S4, Peugeot 205 T16, Renault 5 Turbo, Ford RS200, apenas para citar alguns, foram as grandes estrelas de um período curto, mas de muito sucesso, que ajudou a popularizar e imortalizar pilotos como Ari Vatanen, Marku Alen, Michèle Mouton, Walter Röhr, Hannu Mikkola, Juha Kankkunen e tantos outros. Mas houve um em especial que parecia pertencer a uma classe a parte, onde suas prestações já davam nas vistas desde 1980 e em 1986 parecia estar pronto para chegar ao olimpo: Henri Toivonen já era reconhecido como um dos melhores e a temporada de 1986 parecia ser o momento ideal para que o jovem finlandês chegasse ao título mundial.

Henri Toivonen teve o seu primeiro resultado a nível mundial quando disputou o Rally Artict de 1978 – que foi a segunda etapa do Campeonato Europeu de Rally e também da Copa FIA para Pilotos, que foi a precursora do WRC que entraria em vigor a partir de 1979 – com um Chrysler Avenger e terminou em segundo, com a vitória ficando para Ari Vatanen e o terceiro para Markku Alén.  Toivonen não demorou muito a conquistar a sua primeira vitória no WRC, que aconteceu no Lombard RAC Rally de 1980 quando ele, em parceria com o navegador Paul White, venceu ao volante de um Talbot Sunbeam Lotus e tornou-se o mais jovem a vencer uma prova do WRC quando tinha 24 anos – tal recorde durou até 2008 quando Jari-Matti Latvala, aos 22 anos, venceu o Rally da Suécia. A velocidade e virtuosidade de Toivonen passaram a ser sua marca registrada no decorrer dos anos, assim como alguns acidentes: o principal e mais grave até então foi quando Henri já estava pela Lancia em 1985 quando bateu forte num muro de tijolos durante o Rally da Costa Smeralda, então oitava etapa do Campeonato Europeu. Isso custou a Toivonen alguns ferimentos nas costas e três vertebras quebradas que o deixou fora de combate até que voltasse no mês de agosto a competição, quando participou do 1000 Lakes Rally (Finlândia) e terminou em quarto . O finlandês ainda teria outros bons resultados naquele resto de 1985 ao terminar em terceiro no Rally de Sanremo e vencendo o Lombard RAC Rally – 12ª e última etapa daquele mundial – justamente na estréia do Lancia Delta S4 que substituía o 037 – foi também a única dobradinha da Lancia naquele ano com Markku Alén ficando em segundo com o outro Delta S4. O título de 1985 do WRC ficou para Timo Salonen com o Peugeot 205 16 marcando 127 pontos.

Para 1986, a temporada se desenhava da melhor forma e era possível imaginar a grande disputa que se avizinhava ao olhar a constelação que as três principais fabricantes dispunham: Peugeot com Timo Salonen, Juha Kankkunen, Michèle Mouton e Bruno Saby; Audi contava com Walter Röhrl e Hannu Mikkola; e a Lancia com Markku Alén, Henri Toivonen e Miki Biasion. Ari Vatanen ficaria de fora daquela temporada, ainda recuperando-se do grave acidente que teve no Rally da Argentina de 1985.

 

Uma aula de Henri Toivonen em Monte Carlo

 


O Rally de Monte Carlo, que estava em sua 54ª edição, abriu a temporada de 1986 sendo realizado entre os dias 18 e 24 de janeiro. Bem diferente dos dias atuais, este Rally era colossal com seus 36 estágios especiais  divididos em quatro etapas(atualmente são 15 estágios) e um total de 881.20km de distância. Apesar de ser um local bem conhecidos por todos, há de convir que as condições de tempo e traçado tornam este rally num dos mais desafiadores do calendário. Um teste vigoroso logo na abertura do campeonato, saudando um dos mais prestigiados e importantes rallys do mundo.

Para a Lancia e, principalmente Henri Toivonen, era a oportunidade de medir forças com seus rivais diretos já com o S4 muito bem desenvolvido e com uma vitória no bolso, conquistada no derradeiro evento de 1985 e justamente com o finlandês ao volante. Para Henri, que começaria a partir daquele evento em Monte Carlo a sua parceria com Sergio Cresto – ex-navegador de Attilio Bettega, que falecera no Rally da Córsega de 1985 – era também a grande chance de iniciar o campeonato em pé de igualdade com seus rivais e a sua vitória no Lombard RAC Rally de 1985 lhe dava as devidas credenciais para ser um dos principais favoritos ao título. O reconhecimento de seus companheiros de Lancia, Alén e Biasion, mais do chefe de equipe Cesare Fiorio, sobre a facilidade que Toivonen havia encontrado com aquele Lancia Delta S4 desde a estreia do carro no rally inglês, reforçava ainda mais esta imagem de que o finlandês seria um dos grandes favoritos para 1986. Fiorio relembra um pouco sobre o desenvolvimento do Delta S4 e também sobre Henri: “O nível ao qual desenvolvemos o S4 foi algo absolutamente incrível. Demorava 2,8 segundos para ir de zero a 100 quilômetros por hora, que era o desempenho de um carro de F1 ”, diz Fiorio. “Toivonen era o único motorista que poderia usar todo o potencial deste carro.”. Aquele Rally de Monte Carlo mostraria o quanto que Toivonen e Lancia Delta S4 estavam em perfeita sintonia, formando uma poderosa – e impressionante – simbiose.

Havia outro fato que talvez não passasse pela cabeça de Henri Toivonen naquele momento, mas que seu pai, Pauli Toivonen, conhecia muito bem. A principio é preciso destacar que Pauli foi um dos melhores rallymen da Europa na década de 1960, vindo a conquistar o título europeu de 1968, mas antes disso ele teve uma vitória controversa em Monte Carlo dois anos antes: Pauli, que pilotava um Citröen DS21, terminou em quinto naquele evento, mas irregularidades nos faróis dos carros de Timo Mäkkinen, Rauno Aaltonen, Paddy Hopkirk – estes sendo os três primeiros colocados e pilotando carros da Mini Morris – e Roger Clark (Ford Cortina) o quarto colocado, renderam a eles a desclassificação do Rally. Automaticamente, a vitória ficou para Pauli que ficou um tanto constrangido com a tal situação de ter vencido um Rally tão importante quanto aquele de Monte Carlo sob a luz da polêmica. Pauli teve outros dois bons resultados em Monte Carlo: foi segundo em 1963 com um Citröen DS19 e voltou a ficar em segundo na edição de 1968, desta vez pilotando um Porsche 911. Mas aquela vitória de 1966, do modo como foi conquistada, ainda incomodava Pauli Toivonen e dessa forma a edição de 1986 seria uma boa oportunidade de Henri cravar o sobrenome dos Toivonen de forma correta no histórico de vencedores do Rally de Monte Carlo.

O Rally começou da melhor forma possível para a Lancia, tendo em Miki Biasion o líder do curto estágio de 2,60km de Aillon-Le-Jeune. Mas a partir do segundo estágio Henri Toivonen e Sergio Cresto assumiram a dianteira marcando um grande desempenho. Do segundo estágio em La Soffaz – Samuaz até o 22º realizado em Col de Garcinets, Toivonen/ Cresto venceram sete estágios e tinham uma boa vantagem sobre o Audi de Walter Rohrl, porém um fato que atrapalharia bastante o andamento da dupla acontecera entre os estágios 12 e 13: entre as cidades de Burzet (12º estágio) e Saint Montan (13º estágio), o Lancia de Toivonen e Cresto foi acertado por um carro civil e isso custou ao S4 um punhado de problemas como numa das rodas, chassi entortado e carenagem dianteira bem danificada. Apesar destes danos, Toivonen – que ainda teve uma das pernas machucada no acidente –  foi capaz de conduzir o carro pelos estágios seguintes mantendo a liderança, mas perdendo a diferença conforme iam parando nos postos programados para fazer os reparos. Cesare Fiorio recorda a situação: “Não tivemos tempo de consertar completamente”, lembra Fiorio. “Tínhamos apenas alguns minutos em cada parque de serviço - 5 minutos aqui, 5 minutos ali. O carro ainda estava funcionando e ele foi capaz de continuar, mas o S4 não foi capaz de atingir o desempenho máximo.

“Em todos os parques de manutenção, fomos consertando aos poucos.” Porém, os mecânicos da Lancia conseguiram fazer o máximo para que o carro pudesse voltar a competir de forma honesta, mesmo que o desempenho deste não fosse o mesmo de antes do incidente. Mas todos sabiam que aquele enorme problema poderia custar-lhes uma vitória que parecia caminhar certamente para o finlandês.

 

Como era de se esperar, a liderança foi arrematada por Timo Salonen – que veio escalando a classificação de modo preciso – a partir do 23º estágio que foi realizado entre Sisteron-Thoard. Masisso foi possível após mais um revés que a Lancia sofreria: no 22º estágio Toivonen fez a sua parada para continuar os reparos no S4, mas ali mesmo deveria ter sido feito uma troca de pneus que consistia na retirada dos pneus cravejados para uso em neve para os slicks, afinal eles entrariam em pista asfaltada. Mas com o atraso de Toivonen, apenas os reparos foram feitos e ele resolveu fazer aquele estágio de Col de Garcinets com os pneus para neve. Como relembra Fiorio, o resultado não foi dos melhores: “Uma troca de pneu levaria 40-50 segundos. Ele chegou atrasado e tivemos que consertar o carro, o que não deu tempo de trocar os pneus ”, conta o italiano. “Ele disse, 'Me deixa ir, eu quero fazer a etapa com esses pneus', que não eram os melhores para aquela etapa. Ele não recebeu nenhuma penalidade no Time Control, mas não foi uma atuação vitoriosa naquele local. ” Miki Biasion venceu aquele estágio para a Lancia, mas para Toivonen/ Cresto acabou saindo caro o uso daquele tipo de pneu no asfalto, vindo causar um furo e permitir que Timo Salonen assumisse a liderança a partir do 23º estágio.

 

Com todos estes problemas enfrentados por Toivonen/ Cresto desde o incidente, há de se destacar o grande trabalho da Lancia em torno de tudo isso. A estrutura montada com o uso de helicópteros, que sobrevoavam os trechos adiante para que trouxessem informações sobre as condições do traçado, de olheiros que tinham uma visão mais apurada sobre tudo que acontecia nos locais onde os carros passariam, deu uma sobrevida para que Toivonen e Cresto continuassem no páreo. Mas após cinco estágios de liderança por parte de Timo Salonen, a queda de braço passou a pender para Toivonen.

 

Henri passou a entender como tirar proveito de um carro que estava com sérios problemas de condução devido o entortamento do chassi e a partir daí ele começou a se aproximar aos poucos de Salonen, sempre tirando uma boa diferença. O ponto de virada começou já no inicio da quarta e última etapa que foi aberta no 26º estágio em Col de La Madone com vitória de Salonen e depois no 27º estágio em Col de Turini, onde Henri Toivonen passou para vencer e mais tarde reassumir a liderança no estágio seguinte em Saint Savour. A escolha dos pneus é que deu o tom final daquele Rally, uma vez que a diferença entre Toivonen e Salonen beirava os 30 segundos – o que é uma diferença irrisória tratando-se de provas de rally. A segunda parte dos estágios de Col De La Madone (31º estágio) e Col de Turini (32º estágio) mudou o rumo da história a favor do piloto da Lancia frente a batalha que estava a empregar contra o Peugeot de seu compatriota Salonen: antes de realizar a última parada para manutenção no carro, Fiorio pediu para que os mecânicos colocassem faróis amarelos ao invés dos brancos no Lancia.


Ele acreditava que ao verem as luzes amarelas, os fãs franceses não jogariam neve na pista por pensarem que o carro que se aproximasse pudesse ser o Peugeot de Salonen. Essa foi a primeira jogada de Cesare, que logo depois, contrariando as informações de Vittorio Caneva –  navegador de rally e que estava naquela etapa a serviço da Lancia – de que não necessitaria do uso de pneus cravejados para o carro de Toivonen pois o trecho não tinha neve. Com essa informação em mãos e acreditando que a Peugeot estava ouvindo a conversa, Fiorio pediu para que seus mecânicos montassem os jogos de pneus cravejados... apesar do estranhamento de Caneva ao ouvir exatamente o contrário do que ele havia dito, a troca dos pneus se deu por Slicks para Toivonen poder enfrentar Salonen na parte noturna. E isso foi uma cartada de mestre: mesmo tendo que se segurar em trechos onde a pista estava úmida, Henri conseguiu apanhar a parte seca mais adiante para abrir uma vantagem de 4 minutos que acabou lhe dando a vitória naquele Rally de Montecarlo.

 

No meio daquela intensa batalha contra Salonen, Henri chegou a declarar que “se não tiver problemas mecânicos, vencerei o rali. O Timo é um piloto que gosta de jogar pelo seguro nunca correndo grandes riscos. Não creio que ele vá atacar a minha posição.”. Henri conhecia muito bem seu compatriota e isso ficou reforçado nas palavras do próprio Timo Salonen logo após a prova: “Monte Carlo faz parte do estilo de provas que pessoalmente não me agrada: quando tenho que conduzir no asfalto molhado, é uma verdadeira catástrofe. (…) Nesse aspeto o Henri tem uma vantagem grande pois, antes de vir para os ralis, disputou provas em circuito, pelo que sabe as trajetórias que há-de tomar. Pela minha parte e como só sei andar de lado, quando tenho que conduzir nesse tipo de piso, nunca consigo estar à vontade.”

Henri Toivonen e Sergio Cresto venceram um Rally de Monte Carlo desgastante, mas acima de tudo haviam mostrado o potencial do Delta S4 frente aos rivais e isso era algo a temer. Para Toivonen, aquela conquista, a terceira de sua carreira no WRC, significava o que há muito tempo já se sabia que era o seu talento impressionante na condução de um carro de rally. Mesmo com um carro torto por conta do incidente, ainda conseguiu tirar o que pôde e ainda mudar a pilotagem para ir além e buscar uma vitória quase que improvável. Foi também uma conquista que deixou o nome dos Toivonen imortalizado de vez na lista de vencedores em Monte Carlo e dessa vez com o real gosto de ter sido feita da melhor forma possível, sem desclassificações e nada. Pauli Toivonen, sem duvida alguma, se sentiu aliviado com aquela conquista de seu filho.

Enquanto que aquela vitória seria festejada e Henri apontado como o grande candidato ao título, era se tornaria melancólica pelo que viria acontecer três meses depois.

Hoje completa exatos 35 anos da morte de Henri Toivonen e Sergio Cresto durante o Rally da Córsega.



terça-feira, 27 de abril de 2021

Foto 915: Ari Vatanen, Colin McRae Forest Stages 2008

(Foto: Rumple Fugly/ Flickr)


Revivendo uma grande parceria... Ari Vatanen ao volante do Ford Escort 1800 MKII em 2008, durante o evento tributo a Colin McRae intitulado de "Colin McRae Forest Stages". Na ocasião, Vatanen teve David Richards como navegador, reeditando a parceria que fizeram no inicio dos anos 1980 no WRC. 

Vatanen e Richards participaram dos campeonatos de 1980 e 1981 sempre com o Ford Escort 1800 e venceram quatro etapas juntos: os rallies de Acrópole (1980/81); Rally do Brasil e Rally dos Mil Lagos em 1981. No campeonato, Vatanen foi quarto em 1980 com 50 pontos (o campeonato ficou para Walter Röhrl com 118 pontos) e em 1981 Vatanen chegou ao título com 96 pontos. A partir de 1982 Richards aposentou e procurou montar sua equipe de rally, que mais tarde - 1984 - passaria a se chamar Prodrive. Vatanen seguiu no WRC, mas agora com Terry Harryman como navegador. 

Sobre o evento de 2008, os dois veteranos terminaram em 30º na geral e em 5º na classe 12 que foi vencida por Alister McRae (irmão de Colin) e Roy Campbell que pilotavam também um Ford Escor 1800 MKII.

Hoje Ari Vatanen completa 69 anos.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Foto 639: Rally Cross

Duelo dos bons entre o MG Metro 6R4 contra o Audi Sport Quattro S1 e atrás, um Porsche 911 Biturbo 4x4 numa das etapas do Campeonato Europeu de Rally Cross de 1987.
Quando os carros do Grupo B foram banidos do Mundial de Rally, foi no Rally Cross que encontraram seu reduto e máquinas como o Audi Quattro, Peugeot 205 Turbo 16 E2, Ford RS200 E2, Lancia Delta S4 e MG Metro 6R4.
Os monstros do Grupo B foram utilizados neste campeonato até o final de 1992.

terça-feira, 3 de maio de 2016

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Vídeo: Henri Toivonen, 30 anos atrás

Assim como em qualquer segmento da vida, onde pessoas espetaculares aparecem e conquistam uma legião de fãs de forma instantânea, quer que seja pelo seu estilo de vida ou pelas palavras, o seu desaparecimento precoce ativa que automaticamente os vários "ses" na imaginação daqueles que o admiravam ou até mesmo naqueles que apenas acompanham a sua carreira.
Henri Toivonen foi um desses casos, onde seu sucesso arrebatador devido a uma pilotagem vistosa e altamente arrojada, fez uma combinação quase que perfeita com os selvagens carros do Grupo B dos anos 80 e que o transformou em um dos melhores da história. Uma pena que essa combinação também tenha sido fatal para ele e seu navegador, o americano Sergio Cresto, em maio de 1986 durante a disputa do Tour de Corse. Talvez o fato de estar fortemente gripado e mais um Lancia S4 quase que inguiável naquele rally, tenham sido fatores determinantes para o acidente.
A verdade é que ao mesmo tempo que morria um dos melhores rallyman da história, nascia a legenda. Henri Toivonen ainda é lembrado quando é perguntado de quem foi o melhor piloto de Rally de todos os tempos.
Abaixo um tributo feito por Antti Kalhola.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Vídeo: O teste do Ford Escort RS1800

Björn Waldegard e Hannu Mikkola testando o Escort RS1800 em 1978, na Suécia. Aos três minutos vemos também o Ford Fiesta 1600, que foi utilizado por Ari Vatanen.
A Ford terminou o Mundial de Rally de 1978 na segunda posição com 100 pontos, trinta e quatro a menos que a FIAT que sagrou-se campeã de construtores com o FIAT 131 Abarth.
O campeão entre os pilotos foi Markku Alén (FIAT 131 Abarth) com 52 pontos.
O vídeo foi originalmente postado no blog Zona Rápida.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Vídeo: Bjorn Waldegaard com o Lancia Stratos, Robin Hood Rally 2008

Um breve vídeo de Bjorn Waldegaard, o primeiro campeão mundial oficial do WRC em 1979, testando o lendário Lancia Stratos no traçado que foi usado no Robin Hood Rally, na Grã-Bretanha.
Bjorn veio a falecer hoje pela manhã na Suécia após um longo período doente. Tinha 70 anos.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Foto 286: San Remo



E o Rally sempre nos presenteando com belas imagens. As que encabeçam este post são do Rally de San Remo de 1985, com Walter Röhrl / Christian Geistdörfer no Audi Sport Quattro S1; Timo Salonen / Seppo Harjanne no Peugeot 205 T16 E2 e Henri Toivonen / Juha Piironen no Lancia 037.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Foto 280: Tudo por uma foto


Sim, a galera era corajosa demais naquela época em que as pessoas ficavam à beira da pista para pegar uma foto durante as provas de Rally.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Foto 274: Falcon

(Motorsport Golden Age/ Facebook)
Monte Carlo em outro estágio. O imponente Ford Falcon Sprint #49 de B Ljungfeldt / F Sager contornando a Mirabeau durante o 33º Rally de Monte Carlo, disputado em 1964.
Eles terminaram em segundo, com a vitória ficando para a dupla formada por Paddy Hopkirk / Henry Liddon que pilotaram um Mini Cooper S.


segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Foto 271: Safari

Considerado como o rali mais difícil do mundo, o Rally Safari - que fez parte do calendário do WRC entre os anos de 1973/2002 - tinha os seus percalços.
Na foto que encabeça este post, era bem possível que o piloto e navegador encontrassem uma girafa atravessando o caminho dos carros. A foto é da edição de 1984.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Foto 266: Martini

Dos Porsches do Mundial de Marcas aos Lancias do Mundial de Rally e dos F1 aos Alfa Romeo da DTM/ITC. Essa será a exposição da Martini que completa 150 anos de existência neste 2013, fará uma exposição com os carros que levaram a marca da famosa bebida desde 1968.
Vídeos que mostrarão essa história do Martini Racing Team e mais os inúmeros carros que ostentaram as cores da Martini, como Porsche, Brabham, Tecno, Lancia, Lotus, Alfa Romeo e outros, estarão nesta exposição.
O evento acontecerá entre os dias 9 de novembro à 26 de janeiro de 2014 no Museo Dell'automobile di Torino, que fica em Turim exatamente onde a fábrica da Martini foi fundada por Alessandro Martini, Luigi Rossi e Teofilo Sola. A marca passou a chamar-se Martini, Sola & Cia., mas em 1879 a família sola vendeu a sua parte na empresa e desde então a Martini adotou a nomenclatura Martini & Rossi.

sábado, 3 de agosto de 2013

Documentário: O Audi 90 Quattro na IMSA GTO, 1989

(Foto: SpeedHunters.com)
Depois do sucesso alcançado com o seu projeto nos Rallies, com o Audi Quattro com tração integral, a fábrica de Ingolstadt rumou para os EUA. O desafio em questão não era apenas enfrentar os americanos em seu próprio território, mas também recuperar um pouco do prestígio da marca que estava em baixa devido os problemas com os seus carros. A solução foi aproveitar toda as informações adquiridas durante os anos no finado Grupo B dos Rallies e aplicá-los nas pistas de corrida.
A primeira aparição da Audi nas competições americanas, em caráter oficial, foi em 1988 no campeonato da Trans-Am e não fez feio: com a intenção de acumular informações, a Audi, com o seu modelo 200 Quattro que foi entregue a Hurley Hailwood, Hans Joachim Stuck e Walter Röhrl, venceu oito provas das 13 disputadas naquele ano com Hailwood sagrando-se campeão. O plano seguinte era a IMSA, uma categoria mais aberta do que a Trans-Am, onde a Audi podia trabalhar mais com o seu projeto Audi Quattro.
A máquina que foi construída para aquela temporada de 1989 tinha praticamente o mesmo pacote do que foi utilizado nos rallies: tração integral, chassi em fibra de carbono e motor 700HP Turbo. Com a denominação de Audi 90 Quattro, este foi entregue a Hans Stuck e Walter Röhrl e um segundo para Hurley Hailwood e Scott Goodyear, que participou de algumas provas na classe GTO.
Com a oposição dos Mercury Cougar XR-7 e dos Nissan 280Z, a Audi conseguiu vencer sete provas (todas com Hans Stuck, sendo que uma foi em parceria com Röhrl nos 500 Km de Watkins Glen) das doze que não tinham a participação dos protótipos. Apesar dos bons resultados, o título ficou com Peter Halsmer pilotando o Mercury Cougar do Team Roush Racing, alcançando 203 pontos. O mais bem classificado dos pilotos Audi foi Hans Stuck, que terminou em terceiro com 173 pontos.
Apesar do grande sucesso alcançado nestes dois anos, a Audi rumou de volta para a Europa, onde começaria o seu projeto no DTM com o seu modelo V8 Quattro. E não foi preciso muito tempo para vencer: Stuck viria a ganhar o campeonato naquele ano e Frank Biela repetindo o feito em 1991.
Mudou-se o cenário, mas o sucesso continuou o mesmo.
Abaixo o documentário da Audi no campeonato na IMSA em 1989. Infelizmente está em alemão, mas vale a pena.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Foto 177: Rally de Monte Carlo, 1973


Um dos mais belos carros de competição do último século, o Alpine-Renault A110 1800 que foi conduzido por Jean Claude Andruet e Michèle Petit no Rally de Monte Carlo de 1973 que acabariam por vencê-lo. Foi um bom ano para a a Alpine naquela ocasião, já que a fábrica conquistaria o Mundial de Construtores de Rallies naquele ano.
Jean Claude Andruet foi um dos pilotos mais versáteis daquela época. Além de competir em alto nível nos Rallies, onde conquistou por duas vezes o título do campeonato francês de Rally (1968 e 1970); Campeão Europeu de Rally (1970) além de outras duas vitórias no WRC (Tour de Corse de 1974 e Rally de San Remo 1977), ainda teve uma vida longa no Mundial de Marcas e Esporte Protótipos onde correu com inúmeros carros. As sua melhores colocações remontam à duas quintas colocações em 1972 (Ferrari 365 GTB4) e 1981 (Ferrari 512 BB LM) todos em parceria com o francês Claude-Ballot Lena. A sua última participação nas 24 Horas de Le Mans foi em 1989, quando pilotou um Cougar C20B formando trio com Phillipe Farjon e Syunji Kasuya, terminando na 14ª colocação. No WRC ele competiu de 1973 à 1986, mas voltou em 1995 especialmente para correr no Rally de Monte Carlo sempre em parceria com Michèle Petit a bordo de um Mini. Mas abandonaram por problemas de suspensão.
Michèle "Biche" Petit competiu como navegadora, quase que sempre ao lado de Andruet, com quem conquistou os seus melhores resultados como as vitórias no Rally de Monte Carlo (1973) e Tour de Corse (1977). Participou do WRC até o ano de 1986, voltando em 1995 apenas para disputar o Rally de Monte Carlo ao lado de Andruet. No início deste ano, aos 62 anos, participou novamente do Rally de Monte Carlo como navegodora de outro veterano dos Rallies, Maurizio Verini, com um Mitsubishi Lancer EVO IX, mas não completaram a competição.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Revista Speed - Edição 8

A edição número oito da Revista Speed foi ao ar agora pouco e com 64 páginas, ela aborda o Rally de Monte Carlo; as apresentações dos carros para a temporada 2013 da F1; as 24 Horas de Daytona; MotoGP e mais outros assuntos.
O carro-chefe desta edição é o Rally de Monte Carlo que foi dominado pelo aposentado, mas presente, Sebastien Loeb. Ricardo Batista esteve presente na competição e nos trouxe uma belo resumo daqueles dias gelados no principado.
Paulo Alexandre Teixeira assina o "Grande Circo", onde ele fala sobre o futuro negro da F1. Ele também fala sobre o Rally Dakar e a biografia de Guido Forti, ex-dono da Forti Corse, que faleceu no início de janeiro deste ano.  E ele também fala do GP do Brasil de 1973, vencido por Emerson Fittipaldi.
Felipe Maciel e Fábio Andrade estream duas colunas nesta edição, que abordará a F1. Fábio Andrade, no seu "Bus Stop", aborda o desafio que cada um dos principais nomes da categoria terá neste ano e Felipe Maciel, no "Fire Up", fala sobre o aparecimento em grande escala dos pilotos pagantes na categoria.
Daniel Machado fala sobre Eric Granado que disputará a Moto 3 neste ano. Bruno Mendoça apresenta a segunda parte dos campeões de 2012 pelo mundo dos motorsports. Pedro Luiz Perez nos mostra outro belo Diorama, agora abordando um teste, na chuva, com Patrick Depailler ao volante da Alfa-Romeo 179 de 1980, num trabalho de box. Rafael Ligeiro, com o seu "Papo Ligeiro", fala sobre o Rally Dakar. E ainda tem os carros da F1 para esta temporada.
Já este mortal que vos escreve, assinou o texto sobre as 24 Horas de Daytona deste ano e ainda fez uma "viagem" no tempo para relembrar a vitória de Nuvolari no GP da Alemanha de 1935 desbancando as Flechas de Prata em Nurburgring.
Espero que gostem. Boa leitura!

Revista Speed - Edição 8: http://speedrevista.wordpress.com/2013/02/19/speed-fevereiro-2013/

sábado, 19 de janeiro de 2013

Foto 165: Tom Pryce no Tour de Epynt, 1976


Tom Pryce também se aventurou no mundo dos Rallies. No início de 1976 ele dividiu o comando de um Lancia Stratos com David Richards durante o Tour de Epynt, em Carmarthenshire, no sudoeste do País de Gales.
Pryce acabou batendo o Lancia numa ponte quando faltava 16Km para o fim do estágio, danificando a frente do carro. Este foi reconstruído e Tom/ Richards puderam participar do restante do evento. Sobre o resultado, não há nenhuma informação. 

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Revista Speed - Edição 7

Com uma edição mais enxuta do que a passada, principalmente pela entre-safra que vivem as categorias, o sétimo número da Revista Speed foi ao ar ontem com ótimas matérias sobre o Rally Dakar - que é o carro chefe deste mês - WRC, NASCAR, as 24 Horas de Daytona e MotoGP.
Paulo Alexandre Teixeira destacou no sua coluna "O Grande Circo", o fim da equipe Hispania que teve sua falência decretada ao final de 2012; ele ainda descreve os dias do Rally Dakar aqui na América do Sul, assim como as perspectivas sobre o WRC para este 2013. Ainda sob seu comando, ele apresenta um ótimo texto sobre o melhora carro da saga dos Fittipaldi com a sua equipe na F1: o FA5 de 1978, que foi ao pódio do GP do Brasil de 1978 - disputado no finado Jacarepaguá - com Emerson Fittipaldi em segundo, que também é destacado nesta edição.
A NASCAR tem a sua vez nesta edição com a estréia do Felipes (Felipe Antonio e Felipe Pires), que falam sobre os principais pilotos da categoria e o que esperar deles e dos pilotos brasileiros nas demais categorias.
Daniel Machado também apresenta quem pode brilhar na MotoGP este ano e Bruno Mendonça montou uma lista dos campeões de 2012. Pedro Luís Perez mais uma vez nos brinda com um dos seus Paper Model, que destaca a 312T4 com Gilles Villeneuve ao volante o seu melhor estilo: no contra-esterço.
Rafael Ligeiro, na sua coluna "Papo Ligeiro", nos apresenta uma crônica de um destes garotos que não impressionam muito em treinos, mas acabam sendo brilhantes em ritmo de prova impressionando muitos e calando a boca de tantos outros.
E eu colaborei com um texto sobre as 24 Horas de Daytona, que terão ao final deste mês a sua 51ª Edição que promete ser uma das mais disputadas da história. E o automobilismo brasileiro será muito bem representado com a presença de 16 pilotos nesta prova. E boa parte deles com chance de vencer em suas respectivas classes.
E todos, uma ótima leitura.

Link: http://speedrevista.wordpress.com/2013/01/15/speed-7-janeiro-2013/

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Foto 159: Audi Quattro 4WD, por Hannu Mikkola

"Ele exigiu uma técnica de condução totalmente diferente do que eu estava acostumado. Na primeira, foi undriveable (?). O motor não tinha potência enquanto estava abaixo dos 4.000 rpm. Acima desse ponto era extremamente poderoso."
Hannu Mikkola sobre as suas primeiras impressões do Audi Quattro 4WD, que estreou nos Rallys em 1981. Com esta máquina, Mikkola venceu quatro ralis entre 1981-82 e em 83 arrematou outros quatro com os modelos A1 e A2, uma evolução do Audi Quattro e de quebra o título do Mundial de Rally.
Mikkola ficou na Audi até 1987, quando venceu pela última vez no Rally do Safari. Ele seguiu para Mazda, onde veio a encerrar a carreira em 1991. 

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Foto 154: O foguete

Iniciando o ano com uma foto do Porsche conduzido por Henri Toivonen e Juha Paajanen no Rally dos 1000 Lagos de 1979. E Juha lembra um pouco desse carro e, claro, de Toivonen: "Esse Porsche era um foguete. Eu me lembro como Henri conduziu-o lindamente em Ouninpohja, um estágio especial que ele amava".

4 Horas de Goiânia - Uma estreia e tanto para Renan Guerra e Marco Pisani

Um inicio promissor: Marco Pisani/ Renan Guerra vencendo na estreia deles com Ligier e na classe P1 (Foto: Bruno Terena) O autódromo de Goiâ...